Qual é o papel do psicoterapeuta?
- Letícia Lopes
- 5 de jan. de 2024
- 1 min de leitura
Estive conversando esses tempos acerca do que as pessoas esperam do nosso papel de psicoterapeuta. Observamos um padrão quanto à expectativa. Muitas vezes vem questões como as seguintes:
Como consigo conciliar tal coisa com “tal coisa”?
Como fazer pra não sentir “tal coisa”?
O que faço com isso?
Dicas para “X problema”.
Vemos cada vez mais uma demanda para resolver coisas que identificamos como sintomas de algo.
Vemos cada vez menos o questionamento e a crítica ao que acontece que faz com que o sujeito esteja naquela situação que lhe é desconfortável.
Isso diz um pouco da gente sentir que tem que ser e produzir a qualquer custo.
Nesse sentido, venho dizer que o papel do psicoterapeuta não é a busca pela normalização da vida do consulente, que ele necessariamente dê conta do que está acontecendo e que caminhe da mesma forma que os outros. Nosso papel é buscar tal crítica quanto aos modos de ser no mundo.
Auxiliar o sujeito no processo de entender o que ele verdadeiramente busca, de que forma o mundo interfere em suas escolhas e posicionamentos. Acolher o que é dito e que não é aceito em outros lugares.
O lugar do terapeuta é de questionar. É preciso se sujeitar a essas demandas?
O quanto se quer realmente algo? Esse querer é seu ou do outro?
Se o resultado for de encontro com as expectativas do outro, tudo certo! Caso contrário, tudo certo também!
Meu papel como psicoterapeuta é esse, de buscar sua autonomia e o que você realmente quer para si e que se sinta bem na sua própria pele.
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